O que é o HPV e como ele pode causar câncer?
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta a pele e as mucosas, podendo causar verrugas genitais e anais, e também alguns tipos de câncer, como o de colo do útero, o de pênis, o de ânus, o de vulva, o de vagina e o de orofaringe (garganta) ¹. O HPV é transmitido principalmente pelo contato sexual, mas também pode ser passado de mãe para filho durante o parto ¹.
Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que alguns são considerados de baixo risco, pois causam apenas verrugas, e outros são de alto risco, pois podem provocar alterações nas células que podem evoluir para um câncer ¹. A infecção pelo HPV é muito comum, estimando-se que haja de 9 a 10 milhões de infectados no Brasil e que, a cada ano, surjam 700 mil novos casos ². A maioria das pessoas não apresenta sintomas e elimina o vírus naturalmente, mas em alguns casos o HPV pode persistir no organismo e causar lesões que podem se tornar malignas ¹.
Como prevenir o HPV e seus efeitos?
A principal forma de prevenir o HPV e seus efeitos é a vacinação. A vacina contra o HPV é segura e eficaz, protegendo contra os quatro tipos de vírus mais frequentes e responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero e 90% das verrugas genitais ¹. A vacina é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, que devem receber duas doses, com um intervalo mínimo de 6 meses ¹. A vacina também é oferecida para homens e mulheres de 9 a 45 anos que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, que devem receber três doses ¹.
A vacina contra o HPV faz parte do calendário nacional de vacinação desde 2014 e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) ¹. No entanto, a adesão à vacina tem sido baixa no Brasil, com quedas significativas desde o segundo ano de sua implantação ². Entre os motivos para a baixa cobertura vacinal estão a falta de informação, os mitos e os preconceitos sobre a vacina, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a resistência dos pais em vacinar seus filhos ².
Além da vacinação, outras medidas de prevenção do HPV e seus efeitos são o uso de preservativo nas relações sexuais, a realização periódica do exame de Papanicolau nas mulheres, a busca por tratamento adequado das lesões causadas pelo vírus e a educação sexual e em saúde ¹².
Como está a situação do HPV e da vacinação no Brasil em 2023 e 2024?
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Brasil registrou em 2023 cerca de 16 mil casos de câncer de colo do útero e 6 mil mortes pela doença, sendo a terceira causa de morte por câncer entre as mulheres no país ³. A incidência do câncer de colo do útero é maior nas regiões Norte e Nordeste, onde há menor acesso aos serviços de saúde e menor cobertura vacinal ³.
Em relação à vacinação contra o HPV, o Brasil alcançou em 2023 uma cobertura de 55% para as meninas e 45% para os meninos, ficando abaixo da meta de 80% estabelecida pelo Ministério da Saúde ⁴. A vacinação foi mais baixa nas regiões Norte e Nordeste, seguindo o mesmo padrão da incidência do câncer de colo do útero ⁴.
Para reverter esse cenário, o Ministério da Saúde lançou em 2024 uma campanha nacional de vacinação contra o HPV, com o slogan "Vacine-se contra o HPV e proteja-se contra o câncer" ⁴. A campanha visa ampliar a conscientização da população sobre a importância da vacina, combater os mitos e os preconceitos que cercam o tema, facilitar o acesso aos postos de saúde e incentivar os pais a levarem seus filhos para se vacinarem ⁴. A campanha também conta com o apoio de celebridades, influenciadores digitais, profissionais de saúde e organizações da sociedade civil ⁴.
A expectativa é que a campanha aumente a cobertura vacinal contra o HPV no Brasil e contribua para a redução dos casos e das mortes por câncer de colo do útero e outros tipos de câncer relacionados ao vírus. A vacina contra o HPV é uma ferramenta poderosa de prevenção e de promoção da saúde, que pode salvar milhares de vidas e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.
Referências
Nenhum comentário:
Postar um comentário