Daniel Noboa enfrenta a maior onda de violência do país após a fuga de Fito, o chefe da maior quadrilha equatoriana
O Equador vive uma situação de caos e insegurança desde que o presidente Daniel Noboa decretou estado de exceção em todo o território nacional, na segunda-feira, 8 de janeiro de 2024. A medida foi tomada após a fuga da prisão de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, o líder da maior facção criminosa do país, os Los Choneros.
Daniel Noboa decretou estado de exceção |
O estado de exceção permite que as Forças Armadas, em apoio à polícia, controlem as prisões e o patrulhamento das ruas, além de suspender alguns direitos dos presos e da população¹²³. O presidente também propôs um referendo sobre questões relacionadas à segurança e ao retorno dos jogos de azar.
A fuga de Fito, que aconteceu horas antes de uma operação de revista no presídio onde estava detido, desencadeou uma série de rebeliões em seis penitenciárias, sequestros de policiais, explosões e ataques a instalações públicas. Fito é considerado o criminoso mais perigoso do Equador e o chefe de uma organização que atua no narcotráfico, na extorsão, no sequestro e no assassinato de aluguel.
Nesta terça-feira, 9 de janeiro, Noboa assinou um novo decreto em que reconhece o estado de "conflito armado interno" no país e declara guerra a 22 organizações criminosas identificadas como terroristas². Ele ordenou às Forças Armadas que executem operações "para neutralizar" os grupos nomeados e disse que não negociará com terroristas.
A crise de segurança no Equador é a maior desde a rebelião carcerária de fevereiro de 2023, que deixou 79 mortos em quatro prisões do país¹²³. Na ocasião, o governo também decretou estado de exceção nas penitenciárias e mobilizou as Forças Armadas para controlar a situação.
O Equador tem cerca de 60 mil presos em 68 prisões, que têm capacidade para 29 mil detentos¹²³. O sistema penitenciário é marcado pela superlotação, pela falta de infraestrutura, pela corrupção e pela violência entre as facções rivais.
A população equatoriana, que já sofre com os efeitos da pandemia de covid-19, agora teme pela sua segurança e pela estabilidade do país. O presidente Noboa, que assumiu o cargo em novembro de 2023, após a renúncia de Guillermo Lasso, enfrenta o seu maior desafio político e social. Ele prometeu devolver a paz aos equatorianos, mas até agora não conseguiu conter a escalada da violência e do crime organizado.
Referências
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