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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Suécia entra na Otan com apoio da Turquia

A Suécia se tornou o 32º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta terça-feira (23), após o parlamento da Turquia ratificar o seu pedido de adesão. A decisão turca encerrou meses de impasse entre o país e a aliança militar, que havia sido iniciado por divergências sobre a questão curda e a venda de caças F-16.


A motivação da Suécia para entrar na Otan


A Suécia, que era um país historicamente neutro, decidiu se candidatar à Otan em maio de 2022, junto com a Finlândia, após a invasão russa da Ucrânia no início daquele ano. A Suécia temia que a agressividade de Moscou pudesse ameaçar a sua segurança e a estabilidade da região do Báltico, onde tem fortes laços econômicos e culturais. A Suécia também buscava uma maior integração com os seus vizinhos europeus e uma participação mais ativa na política internacional.


Os obstáculos impostos pela Turquia


A Turquia, que é um dos membros fundadores da Otan, tinha o poder de vetar a entrada de novos países na aliança. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, inicialmente se opôs à adesão da Suécia, acusando o país de apoiar grupos separatistas curdos, como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado uma organização terrorista pela Turquia, pela União Europeia e pelos Estados Unidos. A Turquia também exigia que a Suécia endurecesse as suas leis antiterrorismo e cooperasse mais com Ancara na questão da segurança.

Além disso, Erdogan condicionou a sua aprovação à venda de 40 novos caças F-16 pela parte dos Estados Unidos, que havia sido suspensa por causa da compra de sistemas de defesa aérea russos S-400 pela Turquia em 2019. A aquisição dos S-400 gerou uma crise diplomática entre a Turquia e os seus aliados da Otan, que temiam que os equipamentos russos pudessem comprometer a segurança das operações militares da aliança.


O acordo alcançado entre a Suécia e a Turquia


Após meses de negociações, a Suécia e a Turquia chegaram a um acordo em julho de 2023, que previa a aprovação da entrada da Suécia na Otan em troca de uma série de concessões por parte de Estocolmo. A Suécia introduziu leis mais rigorosas contra o terrorismo em junho de 2023, tornando ilegal o financiamento ou a assistência logística a grupos terroristas. A Suécia também se comprometeu a trabalhar mais de perto com a Turquia na questão da segurança, especialmente no combate ao PKK e ao Estado Islâmico.

Por outro lado, a Turquia obteve o aval dos Estados Unidos para a compra dos F-16, após o Congresso americano aprovar a venda em dezembro de 2023. A Turquia também recebeu garantias de que a Suécia não interferiria nos seus assuntos internos, nem apoiaria movimentos de independência curdos.


A reação da comunidade internacional


A entrada da Suécia na Otan foi celebrada pela maioria dos membros da aliança, que viram o gesto como um sinal de solidariedade e de reforço da defesa coletiva. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a Suécia era um "parceiro valioso e confiável e que a sua adesão aumentaria a segurança e a estabilidade na Europa". O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a decisão da Turquia de apoiar a Suécia e disse que isso mostrava o "compromisso da Turquia com a Otan e com os valores democráticos".

No entanto, a entrada da Suécia na Otan também gerou críticas e preocupações de alguns setores. A Rússia condenou o movimento como uma "provocação" e uma "ameaça à paz" e disse que iria tomar medidas para garantir a sua segurança. Alguns partidos de oposição na Suécia e na Turquia também se manifestaram contra a adesão, alegando que ela violava a soberania nacional e a neutralidade histórica dos países. Além disso, alguns grupos de direitos humanos e de defesa dos curdos denunciaram o acordo como uma "traição" e uma "rendição" aos interesses da Turquia.


Conclusão


A entrada da Suécia na Otan foi um marco histórico para o país e para a aliança militar, que ampliou o seu número de membros e o seu alcance geográfico. A decisão foi resultado de um longo processo de negociação entre a Suécia e a Turquia, que envolveu concessões mútuas e pressões externas. A adesão da Suécia na Otan teve como principais motivações a preocupação com a segurança diante da agressão russa e o desejo de maior integração com a Europa. No entanto, a entrada da Suécia na Otan também gerou reações negativas de alguns países e grupos, que questionaram os seus efeitos sobre a paz, a soberania e os direitos humanos.


Referências


(1) Turkey's parliament approves Sweden's NATO membership, lifting key .... https://www.cbsnews.com/news/turkey-parliament-agrees-to-sweden-nato-membership/.

(2) Turkey’s parliament approves Sweden’s NATO membership, lifting a key hurdle. https://www.princegeorgecitizen.com/world-news/turkeys-parliament-approves-swedens-nato-membership-lifting-a-key-hurdle-8149084.

(3) Turkey's parliament approves Sweden's membership in NATO. https://www.cbc.ca/news/turkey-sweden-nato-membership-1.7092454.

(4) Turkish parliament approves Sweden’s NATO membership bid. https://www.cnn.com/2024/01/23/europe/turkey-vote-sweden-nato-intl/index.html.

(5) Turkey parliament ratifies Sweden's Nato membership - BBC. https://www.bbc.com/news/world-europe-68076829.

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