sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Tensão no mar vermelho: EUA e Reino Unido Atacam Houhtis no Iemêm



O que aconteceu e por quê?

Na quinta-feira, 11 de janeiro de 2024, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram uma série de ataques aéreos contra alvos dos rebeldes houthis no Iemêm, que são apoiados pelo Irã. Foram relatados ataques na capital, Sanaa, e na cidade de Al Hodaydah, reduto portuário dos houthis no Mar Vermelho. Os alvos incluem centros logísticos, sistemas de defesa aérea e depósitos de armas.

O ataque ocorre após meses de agressões dos houthis contra navios de bandeira internacional que utilizam a rota do Mar Vermelho. Em um comunicado, o presidente americano Joe Biden disse que os ataques "são uma resposta direta aos ataques houthis sem precedentes contra navios internacionais no Mar Vermelho – incluindo a utilização de mísseis antinavio pela primeira vez na história." Biden alertou ainda sobre possíveis medidas adicionais para “proteger nosso povo e o livre fluxo do comércio internacional”¹. Por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, disse que os ataques eram “necessários e proporcionais”.

Os houthis apoiam o Hamas no conflito contra Israel iniciado em 7 de outubro e avisaram que atacariam todos os navios com destino ao território israelense que passassem por sua costa. Os houthis, que desde 2015 lutam pelo controle total do Iemêm, já lançaram vários mísseis e drones contra navios de carga. Após os ataques de quinta, autoridades houthis alertaram que os EUA e o Reino Unido "pagarão um preço alto" por esta "agressão flagrante".


Por que a região é importante?


Desde que os ataques dos houthis contra navios de bandeira internacional começaram, algumas das maiores companhias marítimas do mundo, como a dinamarquesa Maersk e a gigante petrolífera BP, suspenderam os transportes marítimos através do Mar Vermelho. A rota é uma das mais importantes do mundo para o transporte de petróleo e gás natural liquefeito, bem como de bens de consumo.

Uma análise da empresa de consultoria S&P Global Market Intelligence concluiu que quase 15% dos produtos importados para a Europa, Oriente Médio e norte de África são enviados da Ásia e do Golfo através do Mar Vermelho. Isso inclui 21,5% de petróleo refinado e mais de 13% de petróleo bruto.

Os houthis têm como alvo os navios que viajam através do Estreito de Mandeb, também conhecido como Portão das Lágrimas, que é um canal de 32 quilômetros de largura conhecido por ser perigoso de navegar. Essa área está localizada entre o Iemêm, na Península Arábica, e Djibuti e Eritreia, na costa africana. É a rota pela qual os navios podem chegar ao Canal de Suez vindos do sul.


Quais são as consequências e os desafios?


Os ataques dos EUA e do Reino Unido contra os houthis podem ter várias consequências, tanto para a região quanto para o mundo. Algumas delas são:

- Aumento da tensão entre o Irã e os países ocidentais, que já estão em conflito por causa do programa nuclear iraniano e do apoio do Irã a grupos armados na Síria, no Líbano e no Iraque.
- Agravamento da crise humanitária no Iemêm, que é considerada a pior do mundo pela ONU. Segundo a organização, mais de 20 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária urgente, sendo que 16 milhões enfrentam fome e 4 milhões foram deslocados pela guerra.
- Risco de escalada do conflito entre Israel e o Hamas, que já trocaram milhares de foguetes e bombas desde outubro, causando centenas de mortes e feridos. Os houthis declararam solidariedade ao Hamas e prometeram continuar atacando os navios israelenses.
- Impacto econômico global, devido à interrupção do comércio marítimo pelo Mar Vermelho, que pode afetar os preços do petróleo, do gás e de outros produtos. Além disso, a instabilidade na região pode afetar os investimentos e a confiança dos mercados.

Os desafios para resolver a situação são enormes, pois envolvem vários atores e interesses. Alguns deles são:

- Encontrar uma solução diplomática para o conflito no Iemêm, que envolve os houthis, o governo reconhecido internacionalmente, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e outros países da região.
- Restabelecer a segurança e a liberdade de navegação no Mar Vermelho, que requer a cooperação de todos os países ribeirinhos e a vigilância das forças internacionais.
- Retomar as negociações sobre o acordo nuclear com o Irã, que foi abandonado pelos EUA em 2018 e que está sendo violado pelo Irã desde 2019. O acordo visa limitar o enriquecimento de urânio pelo Irã em troca do alívio das sanções econômicas.
- Promover o diálogo entre Israel e o Hamas, que estão em guerra desde 2007 e que não reconhecem a legitimidade um do outro. O conflito é alimentado por questões históricas, religiosas, territoriais e políticas.


Referências


(1) Por que EUA e Reino Unido atacaram rebeldes houthis no Iêmen?.

(3) EUA e Reino Unido repelem grande ataque de rebeldes houthi no Mar Vermelho. https://bing.com/search?q=Tens%c3%a3o+no+mar+vermelho%3a+EUA+e+Reino+Unido+Atacam+Houhtis+no+Iem%c3%aam.

(4) EUA e Reino Unido repelem grande ataque de rebeldes houthi no Mar Vermelho. https://veja.abril.com.br/mundo/eua-e-reino-unido-repelem-grande-ataque-de-rebeldes-houthi-no-mar-vermelho/.

(6) Forças dos EUA e do Reino Unido repelem “maior ataque” dos houthis no .... https://www.infomoney.com.br/mundo/forcas-dos-eua-e-do-reino-unido-repelem-maior-ataque-dos-houthis-no-mar-vermelho/.

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