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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Titânia e Oberon: as luas gêmeas de Urano


Como dois astrônomos britânicos descobriram as maiores luas do sétimo planeta do Sistema Solar


Urano é um planeta fascinante, não só por sua inclinação axial de 98 graus, que faz com que seus polos fiquem quase paralelos ao plano de sua órbita, mas também por suas 27 luas conhecidas, que têm nomes de personagens da literatura inglesa. Entre elas, se destacam Titânia e Oberon, as maiores e mais distantes luas de Urano, que foram descobertas há mais de 200 anos por dois astrônomos britânicos: William Herschel e seu filho John Herschel.


William Herschel foi o primeiro a observar Urano em 1781, usando um telescópio que ele mesmo construiu em sua casa em Bath, na Inglaterra. Ele inicialmente pensou que se tratava de um cometa, mas depois de confirmar sua órbita, ele anunciou sua descoberta como um novo planeta, o primeiro desde a Antiguidade. Herschel continuou a estudar Urano e seus arredores, e em 11 de janeiro de 1787, ele detectou dois pontos brilhantes perto do planeta, que ele chamou de Georgium Sidus (Estrela de Jorge) e Georgium Sidus II, em homenagem ao rei Jorge III da Grã-Bretanha. Esses pontos eram, na verdade, as luas Titânia e Oberon, que ele foi o primeiro a ver.


John Herschel, filho de William, seguiu os passos de seu pai e se tornou um renomado astrônomo, matemático e escritor. Ele também se interessou por Urano e suas luas, e em 1828, ele propôs novos nomes para elas, baseados em personagens das obras de William Shakespeare e Alexander Pope. Titânia e Oberon são os nomes da rainha e do rei das fadas na peça Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare. John Herschel também foi o responsável por nomear as outras quatro luas de Urano que foram descobertas no século XIX: Ariel, Umbriel, Miranda e Puck.


Titânia e Oberon são as luas gêmeas de Urano, pois têm tamanhos, massas, densidades e composições químicas muito semelhantes. Ambas têm cerca de 1.600 km de diâmetro, cerca de metade do tamanho da nossa Lua, e orbitam Urano a uma distância de cerca de 436.000 km e 583.000 km, respectivamente. Elas levam cerca de 8,7 e 13,5 dias terrestres para completar uma volta em torno do planeta, e assim como Urano, elas têm uma rotação sincronizada, ou seja, sempre mostram a mesma face para o planeta. Elas são formadas por uma mistura de rocha e gelo, com uma possível camada de água líquida sob a superfície. Elas têm superfícies geladas e escuras, cobertas de crateras, falhas e montanhas. Titânia tem uma grande falha chamada Messina Chasma, que se estende por quase metade de seu equador, e Oberon tem uma montanha chamada Mommur Chasma, que tem cerca de 6 km de altura.


Titânia e Oberon foram visitadas apenas uma vez por uma sonda espacial, a Voyager 2, que passou por Urano em janeiro de 1986. A sonda tirou fotos de suas superfícies e mediu suas temperaturas, que variam entre -184°C e -214°C. Desde então, nenhum outro veículo espacial se aproximou de Urano e suas luas, mas há planos para futuras missões, que poderiam revelar mais detalhes sobre esses mundos gelados e misteriosos.

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