EDU GEO 360 GRAUS: Neuralink fez 10 implantes de chip cerebral em humanos

A Neuralink, empresa de biotecnologia fundada pelo bilionário Elon Musk, anunciou que realizou com sucesso 10 implantes de chip cerebral em humanos. O objetivo da empresa é desenvolver uma interface cérebro-computador (ICC) que permita aos usuários controlar dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, apenas com o pensamento. A empresa também pretende usar a tecnologia para tratar doenças neurológicas, como paralisia, cegueira e epilepsia.

O que é a Neuralink e como funciona o chip cerebral

A Neuralink foi criada em 2016 por Elon Musk, que também é fundador da Tesla, da SpaceX e da The Boring Company. A empresa tem como missão "integrar o cérebro humano com a inteligência artificial" e "aumentar a capacidade cognitiva e emocional dos humanos".

O chip cerebral da Neuralink é chamado de Telepathy e consiste em um dispositivo sem fio do tamanho de uma moeda, que é implantado no crânio por meio de um procedimento cirúrgico realizado por um robô. O chip contém 64 fios flexíveis, mais finos que um fio de cabelo humano, que são inseridos em uma região do cérebro que controla a intenção de movimento. Esses fios captam os sinais elétricos emitidos pelos neurônios e os transmitem para um aplicativo que decodifica como o usuário pretende se mover. O aplicativo, por sua vez, envia comandos para os dispositivos eletrônicos conectados ao chip, permitindo que o usuário os controle sem usar as mãos ou a voz.

Os resultados dos primeiros implantes em humanos

O primeiro implante de chip cerebral da Neuralink em um humano foi realizado em janeiro de 2024, após a empresa receber a autorização da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) em maio de 2023. O paciente, que não teve a identidade revelada, foi um voluntário que sofria de paralisia decorrente de uma lesão na medula espinhal. Segundo Elon Musk, o paciente se recuperou bem da cirurgia e os resultados iniciais mostraram uma detecção promissora de picos de neurônios, ou seja, de impulsos nervosos.

Após o primeiro implante, a Neuralink realizou mais nove implantes em outros voluntários, que também tinham condições neurológicas que afetavam a sua mobilidade. De acordo com a empresa, os implantes permitiram que os usuários controlassem seus celulares, computadores, televisões e até carros elétricos da Tesla, apenas com o pensamento. Além disso, os implantes também possibilitaram que os usuários se comunicassem mais facilmente, usando teclados virtuais, mensagens de texto e chamadas de voz.

Os desafios e as perspectivas da Neuralink

Apesar dos resultados positivos, a Neuralink ainda enfrenta vários desafios para tornar o seu chip cerebral uma realidade acessível e segura para o público em geral. Alguns desses desafios são:

- A ética e a regulamentação do uso da tecnologia, que envolve questões como a privacidade, a segurança, a autonomia e a responsabilidade dos usuários e dos desenvolvedores.

- A confiabilidade e a durabilidade do chip e dos fios, que podem sofrer danos, infecções, rejeições ou interferências ao longo do tempo.

- A complexidade e a diversidade do cérebro humano, que pode variar de pessoa para pessoa e exigir ajustes e calibrações individuais do chip e do aplicativo.

- A aceitação e a adaptação dos usuários, que podem ter medo, resistência ou dificuldade em usar a tecnologia, que requer treinamento e aprendizado.

Apesar desses desafios, a Neuralink tem planos ambiciosos para o futuro do seu chip cerebral. A empresa pretende expandir o número de fios e de regiões do cérebro que o chip pode acessar, aumentando assim a capacidade e a funcionalidade da interface. A empresa também quer explorar outras aplicações da tecnologia, como o tratamento de doenças mentais, como depressão e ansiedade, e o aprimoramento de habilidades cognitivas, como memória e criatividade.

Conclusão

O chip cerebral da Neuralink é uma tecnologia inovadora e revolucionária, que pode trazer benefícios para milhões de pessoas que sofrem de doenças neurológicas ou que desejam melhorar suas capacidades mentais. No entanto, a tecnologia também traz riscos e desafios, que precisam ser avaliados e superados com cuidado e responsabilidade. A Neuralink é uma das empresas que lidera o desenvolvimento da interface cérebro-computador, mas não é a única. Outras empresas e instituições também estão pesquisando e testando soluções similares ou diferentes, que podem contribuir para o avanço do campo. O futuro da relação entre o cérebro humano e a inteligência artificial é incerto, mas certamente será fascinante.