sábado, 15 de junho de 2024

Pina e Pinato em: Sombras da Modernidade


Fumaça cinzenta sobe ao céu,

Indústrias rugem, ferro e aço,

Máquinas que rasgam, corações de véu,

No ventre da terra, deixam seu traço.


Rios antes límpidos, agora envenenados,

Peixes sucumbem, aves emudeçam,

Florestas em sombras, galhos quebrados,

A vida agoniza, plantas perecem.


Chaminés erguem-se como dedos acusadores,

Sussurram segredos de destruição,

No ar, a fuligem, são traidores,

De um futuro preso à poluição.


O mar revolto, em pranto de óleo,

Ondas que choram lágrimas negras,

E nas praias, o lixo faz seu escolho,

Retrato de eras cegas.


No mundo que gira, com seus ciclos findos,

O homem colhe o que semeou,

Na ganância, os lucros são bem-vindos,

Mas o custo da vida não ponderou.


Que possamos um dia, em sabedoria,

Reverter o dano, trazer a cura,

Para que a terra, em sua harmonia,

Renasça forte, pura.




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