Fumaça cinzenta sobe ao céu,
Indústrias rugem, ferro e aço,
Máquinas que rasgam, corações de véu,
No ventre da terra, deixam seu traço.
Rios antes límpidos, agora envenenados,
Peixes sucumbem, aves emudeçam,
Florestas em sombras, galhos quebrados,
A vida agoniza, plantas perecem.
Chaminés erguem-se como dedos acusadores,
Sussurram segredos de destruição,
No ar, a fuligem, são traidores,
De um futuro preso à poluição.
O mar revolto, em pranto de óleo,
Ondas que choram lágrimas negras,
E nas praias, o lixo faz seu escolho,
Retrato de eras cegas.
No mundo que gira, com seus ciclos findos,
O homem colhe o que semeou,
Na ganância, os lucros são bem-vindos,
Mas o custo da vida não ponderou.
Que possamos um dia, em sabedoria,
Reverter o dano, trazer a cura,
Para que a terra, em sua harmonia,
Renasça forte, pura.
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