Eduardo Fernando
No silêncio das manhãs de segunda,
Quando o corpo pede descanso, abrigo,
Há aqueles que não podem parar,
Pois o preço da pausa é castigo.
São heróis de jornada diária,
Que na batalha se erguem, persistem,
Mas nas leis encontram barreira,
No direito à saúde, resistem.
Ah, quão cruel é essa estrada,
Onde o suor se mistura à dor,
Onde a febre é companheira calada,
E o descanso é um raro favor.
São efetivos e contratos perdidos,
No labirinto de normas e regras,
Onde o atestado é um sonho esquecido,
E a saúde se esvai, como névoa.
As leis, que deviam proteger,
Transformam-se em muros erguidos,
Bloqueando o acesso ao viver,
Num ciclo de danos contínuos.
Quem olhará por esses guerreiros,
Cujo bem-estar é deixado ao léu?
Quem mudará essas regras severas,
Libertando-os do tormento cruel?
Pois enquanto a justiça não vem,
E o trabalho segue sem alento,
A dor dos trabalhadores refém,
Ecoa num grito, em sofrimento.
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