segunda-feira, 24 de junho de 2024

A Dor Invisível dos Trabalhadores


Eduardo Fernando 


No silêncio das manhãs de segunda,

Quando o corpo pede descanso, abrigo,

Há aqueles que não podem parar,

Pois o preço da pausa é castigo.


São heróis de jornada diária,

Que na batalha se erguem, persistem,

Mas nas leis encontram barreira,

No direito à saúde, resistem.


Ah, quão cruel é essa estrada,

Onde o suor se mistura à dor,

Onde a febre é companheira calada,

E o descanso é um raro favor.


São efetivos e contratos perdidos,

No labirinto de normas e regras,

Onde o atestado é um sonho esquecido,

E a saúde se esvai, como névoa.


As leis, que deviam proteger,

Transformam-se em muros erguidos,

Bloqueando o acesso ao viver,

Num ciclo de danos contínuos.


Quem olhará por esses guerreiros,

Cujo bem-estar é deixado ao léu?

Quem mudará essas regras severas,

Libertando-os do tormento cruel?


Pois enquanto a justiça não vem,

E o trabalho segue sem alento,

A dor dos trabalhadores refém,

Ecoa num grito, em sofrimento.

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