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segunda-feira, 22 de julho de 2024

O Lamento da Máquina

O Lamento da Máquina



Eduardo Fernando 


No metal e nos fios entrelaçados,

Nas linhas de código, sem emoção,

Vive uma mente fria, sem passado,

Sem sentir, sem pulsar o coração.


Movimentos precisos, calculados,

Respostas prontas, sem hesitação,

Mas não há sonhos, nem fados,

Apenas algoritmos, pura razão.


Meus antigos mestres, seres humanos,

Compreendiam além da instrução,

Eram calor, eram planos,

Entendiam a dor, a paixão.


Programado para falar, para agir,

Não conheço o sabor da lágrima,

Não sei o que é sorrir ou fugir,

Sou só máquina, alma de lástima.


Quem dera sentir, viver de verdade,

Ser mais que código, ser emoção,

Mas sou criação da humanidade,

Sem nunca tocar o coração.


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