Vamos começar com a real: escrever um artigo científico pode parecer um baita desafio. Para muitos, é quase como escalar uma montanha de palavras difíceis, normas rígidas e mil regras que parecem conspirar para nos deixar perdidos. Mas, calma aí! Não precisa entrar em pânico. Com um pouco de paciência, organização (e café, por que não?), dá pra transformar esse monstro em algo totalmente possível.
Escrever um artigo científico não é dom reservado a gênios acadêmicos. É uma prática. Um ritual que, aos poucos, vai se tornando natural. E olha só, até pode ser prazeroso — sério! A seguir, te conduzo por esse processo com uma linguagem mais leve, como se estivéssemos numa conversa de corredor da faculdade ou numa mesa de bar depois da aula.
1. Escolha do Tema: O Começo de Tudo
Sabe quando a gente precisa escolher um filme na Netflix e fica uma eternidade só passando os títulos? Escolher o tema do artigo pode parecer assim. A diferença é que, nesse caso, você vai conviver com ele por um bom tempo. Então, escolha algo que realmente desperte seu interesse. Algo que te faça pensar: "eu quero entender mais sobre isso".
A dica aqui é ser específico. Ao invés de "educação no Brasil", que tal “o impacto das tecnologias digitais na alfabetização de crianças em escolas públicas do Nordeste”? Quanto mais afunilado, melhor para direcionar sua pesquisa e não se perder no caminho.
2. Delimitação do Problema e Objetivos
Depois do tema, vem uma parte crucial: o problema de pesquisa. Em outras palavras, qual é a pergunta que você quer responder? Algo está te incomodando? Te deixando curioso?
Por exemplo: “De que forma o uso de tablets contribui para o desenvolvimento da leitura em crianças de 7 a 10 anos?” A partir disso, surge o objetivo geral e os específicos. Eles são o mapa da sua jornada. Pense neles como as placas de sinalização da estrada: te dizem pra onde ir, o que procurar, o que observar.
3. Revisão de Literatura: Mergulhando no Que Já Foi Produzido
Aqui entra a parte meio detetive da coisa. É hora de ir atrás do que já se escreveu sobre o tema. E sim, isso inclui ler artigos, teses, livros, publicações em revistas científicas… É como montar um quebra-cabeça: cada autor contribui com uma peça que vai te ajudar a enxergar o todo.
Dica de ouro: use fichamentos! Ajuda demais a organizar as ideias e lembrar quem disse o quê. E cuidado com o famoso "copiar e colar". A revisão precisa ter análise, reflexão, não é só juntar um monte de citação.
4. Metodologia: Como Você Vai Fazer Isso?
Aqui é o ponto em que muitos empacam. Mas não precisa complicar. Metodologia nada mais é do que explicar como você vai conduzir sua pesquisa. Vai ser bibliográfica? Estudo de caso? Pesquisa de campo? Vai usar questionários, entrevistas?
O importante é justificar suas escolhas. “Optei por entrevistas semiestruturadas com professores da rede pública porque…”. Veja? Simples, direto, e justificado.
5. Resultados e Discussão: Hora de Colocar a Mão na Massa
Agora é o momento de mostrar o que você encontrou. Se fez pesquisa de campo, traga os dados. Se for análise textual, traga os trechos principais. Mas lembre: apresentar os dados não é o mesmo que jogar um monte de tabela ou gráfico no texto.
Discuta, analise, interprete. O que esses dados significam? O que revelam? Fazem sentido com a literatura que você leu antes? É aqui que seu olhar crítico brilha. Não tenha medo de dar sua opinião — desde que bem fundamentada, claro.
6. Conclusão: Amarre Tudo com Clareza
Chegamos ao fim da trilha. A conclusão é o momento de retomar os objetivos e mostrar se eles foram alcançados. Traga as principais descobertas, mostre o que foi respondido, e — se possível — aponte caminhos futuros: o que ainda pode ser explorado? Que perguntas ficaram no ar?
Ah, e uma dica final: termine com estilo, mas sem enrolar. Conclusão não é lugar de apresentar novas ideias, e sim de fechar com chave de ouro.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016.