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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Javier Milei envia carta ao Brics desistindo de entrar no grupo

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O candidato à presidência da Argentina pela coligação La Libertad Avanza, Javier Milei, anunciou nesta sexta-feira (29) que enviou uma carta ao Brics, o grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, manifestando sua intenção de retirar a Argentina do bloco caso seja eleito nas eleições de outubro. Milei, que liderou as primárias realizadas em agosto, afirmou que seu alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e Israel, e que não aceita se associar a "comunistas".

A decisão de Milei contraria o anúncio feito pelo atual presidente argentino, Alberto Fernández, que em agosto comunicou a entrada da Argentina no Brics, junto com outros cinco países: Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. Fernández defendeu que a ampliação do bloco representa uma oportunidade de fortalecer a cooperação econômica, política e cultural entre as nações emergentes, e que a Argentina poderia se beneficiar de maior acesso a mercados, investimentos e tecnologias.

No entanto, Milei rejeitou essa visão e disse que a entrada no Brics é um sinal de fraqueza e submissão do governo argentino aos interesses da China, que é a maior economia do grupo e a principal interessada na expansão do bloco. Milei acusou Fernández de comprometer a soberania e a segurança nacional da Argentina, e de ignorar os valores democráticos e liberais que deveriam orientar a política externa do país.

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Milei não foi o único candidato de oposição a criticar a adesão ao Brics. Patricia Bullrich, que ficou em segundo lugar nas primárias pela coligação Juntos por el Cambio, também se manifestou contra a entrada no bloco e disse que, se eleita, irá retirar a Argentina do grupo. Bullrich argumentou que o Brics não representa os interesses nem os valores do povo argentino, e que o país deveria priorizar o livre comércio e a integração regional com seus vizinhos.

A entrada da Argentina no Brics ainda depende da aprovação dos parlamentos dos países membros, o que pode levar meses ou até anos. Portanto, ainda há tempo para que o próximo presidente argentino reverta a decisão de Fernández, caso assim deseje. No entanto, isso pode gerar consequências diplomáticas e econômicas para a Argentina, que já enfrenta uma grave crise financeira e social, agravada pela pandemia de Covid-19.

O Brics foi criado em 2009 com o objetivo de aumentar a influência e a voz dos países emergentes no cenário internacional, e de promover a cooperação entre eles em diversas áreas, como comércio, finanças, energia, saúde, educação e meio ambiente. O bloco representa cerca de 25% do PIB e 42% da população mundial, e conta com um banco de desenvolvimento próprio, o NDB, que financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros e em outras nações em desenvolvimento.