O Brasil é um país de contrastes sociais e econômicos, mas também de avanços e conquistas. Em 2022, o país registrou uma redução significativa dos níveis de pobreza e extrema pobreza, além de um aumento do rendimento domiciliar per capita. Neste artigo, vamos analisar os principais indicadores que mostram como o rendimento e o padrão de vida da população brasileira melhoraram no ano passado.
A queda da pobreza e da extrema pobreza
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a pobreza no Brasil caiu para 31,6% da população, e a extrema pobreza para 5,9%. Esses percentuais eram de 36,7% e 9% em 2021, respectivamente¹. Isso significa que, em um ano, cerca de 10,5 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza, e 6,4 milhões da situação de extrema pobreza.
A pobreza é definida como a condição de vida de quem tem renda domiciliar per capita inferior a R$ 246,00 por mês, e a extrema pobreza como a de quem tem renda inferior a R$ 123,00 por mês¹. Esses valores são baseados na linha de pobreza estabelecida pelo Banco Mundial para países de renda média-alta, que é de US$ 5,50 por dia².
A redução da pobreza e da extrema pobreza no Brasil em 2022 pode ser atribuída a vários fatores, como a recuperação econômica após a crise provocada pela pandemia de Covid-19, a retomada do mercado de trabalho, a ampliação dos programas sociais, a melhoria da educação e da saúde, e a diminuição das desigualdades regionais e de gênero.
O aumento do rendimento domiciliar per capita
Outro indicador que revela a melhoria do rendimento e do padrão de vida no Brasil em 2022 é o rendimento domiciliar per capita, que é a soma dos rendimentos de todos os moradores de um domicílio dividida pelo número de moradores. Esse indicador reflete a capacidade de consumo e de acesso a bens e serviços essenciais das famílias brasileiras.
De acordo com o IBGE, o rendimento domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 1.625 em 2022, o que representa um crescimento de 16% em relação ao rendimento de 2021, que foi de R$ 1.367, o menor da série histórica da PNAD Contínua³. Esse aumento foi impulsionado pelo aumento da população ocupada, que cresceu 8,4% em 2022 em relação a 2021, e pelo aumento do rendimento médio do trabalho, que subiu 4,8% no mesmo período¹.
O rendimento domiciliar per capita também apresentou uma distribuição mais equitativa entre as regiões do país, com uma redução das disparidades entre o Norte e o Nordeste, as regiões mais pobres, e o Sul e o Sudeste, as regiões mais ricas. Em 2022, o rendimento domiciliar per capita do Norte foi de R$ 1.011, e o do Nordeste foi de R$ 1.050, enquanto o do Sul foi de R$ 1.948, e o do Sudeste foi de R$ 2.030³. Em 2021, esses valores eram de R$ 846, R$ 881, R$ 1.646 e R$ 1.720, respectivamente³.
A melhoria das condições de moradia
Um terceiro indicador que evidencia a melhoria do rendimento e do padrão de vida no Brasil em 2022 é a melhoria das condições de moradia da população. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, publicada pelo IBGE em dezembro de 2023, o Brasil avançou em vários aspectos relacionados à qualidade e à adequação dos domicílios, como a estrutura física, a posse, o acesso a serviços e a percepção de insegurança.
Entre 2012 e 2022, o percentual de domicílios com paredes de alvenaria ou madeira aumentou de 93,1% para 95,6%, o de domicílios próprios quitados aumentou de 68,8% para 71,4%, o de domicílios com acesso a água encanada aumentou de 85,9% para 88,4%, o de domicílios com acesso a esgoto sanitário aumentou de 63,6% para 68,2%, e o de domicílios com acesso a coleta de lixo aumentou de 89,8% para 91,6%.
Além disso, o percentual de domicílios com acesso à internet aumentou de 69,1% para 79,1%, o de domicílios com acesso à televisão aumentou de 96,8% para 97,9%, e o de domicílios com acesso à geladeira aumentou de 98,1% para 98,7%. Por outro lado, o percentual de domicílios que se sentiam inseguros em relação à violência no bairro diminuiu de 42,6% para 38,9%, e o de domicílios que sofreram algum tipo de dano material por causa de desastres naturais diminuiu de 4,5% para 3,7%.
A evolução da educação
Um quarto indicador que demonstra a melhoria do rendimento e do padrão de vida no Brasil em 2022 é a evolução da educação. Segundo o IBGE, o Brasil registrou avanços em vários indicadores educacionais, como a frequência escolar, o nível de instrução, o analfabetismo, a distorção idade-série e a transição escolar.
Entre 2012 e 2022, o percentual de pessoas de 6 a 14 anos que frequentavam a escola aumentou de 97,6% para 98,2%, o de pessoas de 15 a 17 anos que frequentavam a escola aumentou de 84,3% para 86,7%, e o de pessoas de 18 a 24 anos que frequentavam a escola aumentou de 32,9% para 36,4%. Além disso, o percentual de pessoas de 25 anos ou mais com ensino fundamental completo aumentou de 58,7% para 62,4%, o de pessoas com ensino médio completo aumentou de 47,4% para 51,2%, e o de pessoas com ensino superior completo aumentou de 15,7% para 18,5%.
Por outro lado, o percentual de pessoas de 15 anos ou mais que eram analfabetas diminuiu de 6,6% para 5,9%, o de pessoas de 6 a 14 anos que estavam em distorção idade-série (ou seja, que estavam atrasadas em relação à série adequada para a sua idade) diminuiu de 15,5% para 13,2%, e o de pessoas de 18 a 24 anos que concluíram o ensino médio e ingressaram no ensino superior aumentou de 35,9% para 38,7%.
Conclusão
Em suma, o rendimento e o padrão de vida no Brasil melhoraram em 2022, como mostram os indicadores de pobreza, renda, moradia e educação. Esses resultados são fruto de um conjunto de fatores que envolvem a recuperação econômica, a geração de emprego e renda, a ampliação das políticas sociais, a melhoria dos serviços públicos e a redução das desigualdades. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a superação da crise sanitária, a garantia de vacinação para toda a população, a preservação do meio ambiente, a promoção da segurança pública e a defesa da democracia.
Referências
(1) Uma análise das condições de vida da população brasileira. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/070903d82038130a93f0374ada39f81d.pdf.
(2) Síntese de Indicadores Sociais | IBGE. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/rendimento-despesa-e-consumo/9221-sintese-de-indicadores-sociais.html.
(3) Rendimento domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 1.625 em 2022. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-02/rendimento-domiciliar-capita-no-brasil-foi-de-r-1625-em-2022.
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